domingo, 30 de outubro de 2011

Bebida com proteína do soro do leite promove síntese do músculo esquelético

O consumo de proteína na dieta pode estimular a síntese de proteínas do músculo esquelético de acordo com um artigo na American Journal of Clinical Nutrition.
Curiosamente, os idosos apresentam uma resposta atenuada a síntese ligada ao consumo de proteínas, o que pode ser associado com a perda de músculo esquelético amplamente relacionada com a idade, chamada “sarcopenia.” Sabe-se que a resposta da síntese de proteínas musculares devido ao consumo de proteínas através da dieta depende da quantidade consumida, bem como o tipo de proteína. Proteína de soro de leite e caseína são frequentemente utilizadas como fontes de proteínas em diversos alimentos fortificados.
Em um estudo recentemente publicado por pesquisadores Holandeses, 48 homens na melhor idade e saudáveis consumiram uma bebida-teste contendo 20 gramas de uma das três diferentes fontes de proteínas: soro do leite, caseína ou caseína hidrolisada. Os pesquisadores obtiveram amostras de plasma e músculos dos participantes durante o período do estudo que compreendeu 8 horas. Os pesquisadores foram capazes de medir a absorção e metabolismo das diferentes fontes de proteínas, bem como calcular a síntese de proteínas musculares em um período de 6 horas porque havia incorporado anteriormente no leite uma forma especial detectável do aminoácido fenilalanina, a partir do qual o soro e caseína são obtidos.
Os resultados da pesquisa em homens na melhor idade indicaram que houve uma maior taxa de absorção inicial de aminoácidos do soro do leite e da caseína hidrolisada em comparação com a caseína. No entanto, a ingestão de proteína de soro de leite levou a maior taxa de síntese de proteínas musculares.
Os pesquisadores acreditam que isso pode ser relacionado com a maior disponibilidade de aminoácidos provenientes da proteína de soro de leite, em especial do aminoácido leucina, quando comparado com a caseína. Isso se deve provavelmente à rápida absorção de aminoácidos da proteína de soro do leite e maior conteúdo de leucina em relação à caseína. O foco na disponibilidade da leucina é consistente com observações de que o aminoácido leucina é um importante regulador pós-prandial da síntese de proteínas musculares.
Este estudo é interessante porque pode levar ao desenvolvimento de novos produtos, a base de proteínas, fortificados com soro de leite ou leucina para promover a síntese de músculo esquelético.
Fonte: Pennings B et al. American Journal of Clinical Nutrition 2011; 93:997-1005.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Poderemos ter carne de laboratório em 6 meses


No começo, caçávamos para nos alimentar. Depois, passamos a criar animais. Agora, novas pesquisas podem permitir fazer carne de laboratório. O músculo cresceria de células animais multiplicadas. A ideia da carne sintética não é nova, até agora, ninguém conseguiu produzir o alimento de forma convincente. No entanto, as coisas podem mudar. Essa semana, pesquisadores irão se encontrar na Suécia para discutir o assunto.

De acordo com Mark Post, da Universidade de Maastricht (Holanda), pioneiro da tecnologia, estamos a 6 meses de conseguir fazer a carne de laboratório. O cientista, que trabalha com células de porco, já conseguiu fazer crescer o músculo in vitro. Alimentando essas células com soro fetal de cavalo ele conseguiu fazer crescer tiras de músculo de 2,5 centímetros de comprimento e 0,7 cm de largura.
Para fazer com que a carne de laboratório tenha a mesma textura da natural, Post faz com que elas pratiquem exercícios. Ele coloca as tiras de músculo em velcro e as estica, mesmo assim a carne artificial continua pálida porque não tem sangue e há pouca quantidade da proteína responsável pelo ferro. Mas o pesquisador estuda maneiras de acrescentar essa proteína e começar a trabalhar com células de boi.

Com pesquisas como essas não há limites para o tipo de carne que poderíamos criar em laboratório. Atualmente comemos carne de animais que foram domesticados mais facilmente, e esse é o limite entre o que é animal selvagem - portanto, não seria ético consumir - e o criado em larga escala para o abate. Sem a morte animal, até os vegetarianos mais ativistas poderiam comer um hambúrguer de panda sem culpa.

No entanto, para se começar a cultura de células em laboratório, é necessário recolher células de animais vivos. Se os cientistas conseguirem descobrir os tipos de células animais que mais se multiplicam, podem deixar a produção em laboratório mais eficiente e ficar cada vez menos dependentes dos seres vivos.

Outro porém é que, mesmo se Post conseguir criar sua carne de laboratório entre 6 meses e um ano, ainda não se sabe o quão segura ela seria. No caso das células alimentadas por soro de cavalo, o produto final poderia estar contaminado com proteínas chamadas príons, perigosas à saúde. E, o problema ético continua, alimentar carne sintética com produtos animais não excluí a matança da produção.

Um outro grupo da Universidade de Amsterdã desenvolve carne alimentada por cianobactérias, as algas azuis. Delas é extraído um alimento rico em aminoácidos, açúcares e gordura, importantes à célula animal.

Apesar da carne de laboratório correr o risco de ser mal vista por boa parte da sociedade. O PETA (organização pelos direitos dos animais) ofereceu US$ 1 milhão para o primeiro que conseguir produzir carne sintética comercialmente.
fonte: http://revistagalileu.globo.com

O consumo tiamina e riboflavina associado com menor incidência de TPM

Síndrome da Tensão Pré-Menstrual (TPM) é relativamente frequente em muitas mulheres. A Síndrome caracteriza-se por sintomas físicos e psicológicos que se inicia durante a fase lútea tardia do ciclo menstrual e termina logo após o início do período menstrual. A patogênese da TPM é complexa e não bem compreendida. Além disso, pouco se sabe sobre a associação de consumo alimentar e TPM.
Um recente estudo caso-controle associado ao Nurses’ Health Study II investigou fatores de risco na dieta associados ao desenvolvimento da TPM. Em um período de 10 anos de estudo epidemiológico longitudinal com mulheres livres de TPM, 1057 mulheres desenvolverem a TPM e, estes casos foram pareados com 1968 mulheres que permaneceram livres de TPM durante o período de estudo.
Os pesquisadores da Universidade de Harvard e a Universidade de Massachusetts estudaram a associação de TPM com o consumo de vitaminas através da alimentação a partir um questionário semiquantitativo de frequência aplicado em indivíduos durante quatro anos de acompanhamento. Além disso, uma série de outras variáveis não-nutricionais foram potencialmente associadas a TPM a partir da análise dos questionários.
Segundo o artigo publicado no American Journal of Clinical Nutrition, pesquisadores de Massachusetts constatarem que há uma relação inversa entre ingestão de tiamina e riboflavina de alimentos e a incidência de TPM. As mulheres que tiveram um consumo mais elevado de tiamina tiveram 25 % menos risco de desenvolver TPM em relação às mulheres com o menor consumo de tiamina. Da mesma forma, as mulheres com consumo mais elevado de riboflavina tiveram 35 % menos risco de desenvolver TPM em relação às mulheres com baixo consumo de riboflavina. Por outro lado, a ingestão de niacina, vitamina B6, folato e vitamina B12 não foram associados à incidente de TPM.
Este é o primeiro estudo que analisou a relação entre o consumo de vitaminas do complexo B e a incidente de TPM. Curiosamente, o consumo de tiamina e riboflavina indicado para ser a redução do risco de incidente de TPM foi cerca de 2 vezes mais elevado do que a ingestão diária recomendada (IDR) americana para estas duas vitaminas do complexo B. Embora mais estudos sejam necessários, estes dados sugerem que as mulheres podem considerar como estratégia uma alimentação com alto consumo de tiamina e riboflavina para ajudar a reduzir o risco de desenvolvimento da TPM

Fonte:
Chocano-Bedoya PO et al. American Journal of Clinical Nutrition 2011; 93:1080-1086.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

A ciência dos antioxidantes: propriedades exclusivas e terapêuticas dos tocotrienóis

O alfa-tocoferol é considerado o antioxidante mais eficaz contra a oxidação lipídica. Em sistemas biológicos, esta ação é corroborado pelo fato de que é o isômero da vitamina E mais abundante nos tecidos e fluidos corporais.
Outros isômeros da vitamina E estão recebendo cada vez mais atenção por suas atividades antioxidantes em sistemas específicos; por exemplo, o gama-tocoferol tem capacidade antioxidante maior que a do alfa-tocoferol em interações com espécies reativas de óxido de nitrogênio. Analogamente, tem sido relatado que o alfa-tocotrienol tem capacidade antioxidante mais intensa que o alfa-tocoferol contra a oxidação lipídica nos microssomas hepáticos, enquanto que o gama-tocotrienol é um antioxidante mais potente nas mitocôndrias cerebrais.
Tocoferóis e tocotrienóis existem nas formas alfa, beta, gama e delta. Ambos os grupos contêm a mesma estrutura anelada e cadeia lateral semelhante conhecida como fitil. Embora estruturalmente semelhantes, a cadeia lateral fitil é mais longa no tocoferol, enquanto que nos tocotrienóis é menor e com três ligações duplas. Essas ligações duplas na cadeia lateral permitem que os tocotrienóis tenham maior mobilidade nas membranas celulares, o que lhes confere propriedades biológicas e terapêuticas únicas além dos benefícios correspondentes ao tocoferóis.
Essa maior atividade antioxidante dos tocotrienóis tem sido atribuída a diversos mecanismos, incluindo interação eficaz com espécies de radicais livres, maior eficiência na reciclagem do radical cromanoxil e distribuição uniforme nas camadas duplas das membranas. Apesar dessas observações e suas implicações clínicas, os tocotrienóis continuam a receber o mesmo status de potencial antioxidante que a vitamina E, sendo significativamente menor que o dos tocoferóis. Existe evidência experimental de que os tocotrienóis podem ser mais eficazes na proteção contra a oxidação do LDL que os tocoferóis. Se o experimento for conduzido com tocotrienóis, o intervalo de tempo de proteção contra oxidação é aumentado, indicando que os tocotrienóis podem ser mais efetivos ao proteger o LDL in vitro que o tocoferol.
Todas as formas do tocoferol como dos tocotrienóis, têm potencial nutracêutico e constituem, portanto, importante foco para pesquisa. O tocoferol e os tocotrienóis possuem propriedades antioxidantes notáveis e podem até mostrar outros efeitos benéficos, sendo investigações sobre o equilíbrio entre oxidantes e antioxidantes um campo de pesquisa bastante promissor.
A manutenção de tal equilíbrio é interessante para um envelhecimento mais saudável e a uma qualidade de vida melhor. Boas fontes de alfa-tocoferol (vitamina E) incluem óleos vegetais e de palma, óleo de germe de trigo, sementes, nozes e soja. Outras fontes adequadas são vegetais verdes folhosos, couve-de-bruxelas, produtos à base de trigo integral, pães e cereais de grãos integrais, abacate, espinafre e aspargos.

fonte: Fortitech

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Polícia apreende alimentos estragados em hotéis de luxo no Rio; quatro nutricionistas são presas

As nutricionistas responsáveis pelas cozinhas dos hotéis Sofitel, Pestana, Othon e Marriott, situados na orla de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, foram presas nesta segunda-feira (10) por crime contra as relações de consumo.
Os agentes da Delegacia do Consumidor (Decon) apreenderam nos hotéis cerca de 200 quilos de alimentos estragados ou com prazo de validade vencido, em especial carnes e massas --todo o material foi encaminhado para perícia da Vigilância Sanitária. Os quatros hotéis serão multados pelo mesmo crime.
A operação “Turismo Legal” foi articulada em função de denúncias de vários hóspedes que passaram mal após a ingestão da comida oferecida nesses hotéis de luxo.
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, constitui crime contra as relações de consumo "vender, ter em depósito para vender, expor à venda ou entregar matéria prima ou mercadoria em condições impróprias para o consumo", cuja pena prevista é de dois a cinco anos de prisão e/ou multa.
O hotel Marriott, um dos quatro estabelecimentos flagrados pela Decon, é o mesmo que hospedou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante visita ao Rio de Janeiro, em março desse ano.
Também participaram da ação policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública (DRCCSP) e da Delegacia Especial de Atendimento ao Turista (Deat).

Outro lado

Os quatro hotéis negaram as acusações de crime contra as relações de consumo. Segundo o Marriott, não havia alimentos fora da validade ou estragados durante a vistoria dos policiais da Decon, e sim produtos recém-utilizados, que ainda não tinham recebido as etiquetas de manipulação.

Já o hotel Othon explicou que uma padaria do estabelecimento foi fechada em razão de uma reforma emergencial no local (ocasionada por um vazamento não especificado). Segundo a nota enviada pelo estabelecimento, também não foram encontrados alimentos impróprios para o consumo.

O hotel Sofitel, por sua vez, disse que está investigando as circunstâncias relacionados à diligência da Decon antes que medidas sejam tomadas. Em nota, o estabelecimento afirma que a cozinha do hotel está aberta para qualquer um que queira visitá-la.

O hotel Pestana também argumentou que foram adotados todos os procedimentos recomendados pela Vigilância Sanitária, e que está à disposição das autoridades para novos esclarecimentos

http://noticias.uol.com.br/cotidiano

Astaxantina: Pigmento que dá a cor rosa-avermelhada aos flamingos pode ser um antioxidante potente como suplemento alimentar

Embora o carotenóide mais conhecido seja o betacaroteno, precursor da vitamina A, outro carotenóide tem recebido recentemente bastante atenção: a astaxantina. Quimicamente classificada como xantofila, que é uma família de carotenóides não precursores da vitamina A, é um nutriente lipossolúvel com estrutura molecular exclusiva que lhe confere excelente capacidade antioxidante. Organismos inferiores sintetizam a astaxantina com número importante de intermediários químicos os quais incluem fitoeno, licopeno, betacaroteno e cantaxantina. Tanto a astaxantina como a cantaxantina são exemplos de substâncias químicas chamadas de cetocarotenóides conjugados e, ambas ainda são classificadas como xantofilas. Enquanto o betacaroteno é um precursor da vitamina A, a astaxantina não pode ser convertida em vitamina A e, portanto, não pode atuar em processos específicos do retinol, como a visão.
A astaxantina é responsável pela cor rosa intensa observada em diversas espécies aquáticas, incluindo os salmonídeos (por exemplo, salmão), e em crustáceos (p.e., caranguejo, lagosta, camarão) e, mesmo em algumas espécies não-aquáticas como o flamingo (cuja alimentação inclui alguns organismos que produzem astaxantina). Os carotenóides encontrados nos fitoplânctons, algas e plantas (incluindo alho, limão, espinafre, pimentas, milho e muitos outros) normalmente participam dos processos de fotossíntese desses organismos ao agir como moléculas secundárias na absorção de luz. Salmonídeos e flamingos não produzem efetivamente astaxantina, mas obtêm-na dos outros animais que consomem. A fonte mais rica dessa substância é, de longe, a alga Haemococcus pluvialis, usada comercialmente como aditivo alimentar para dar cor a salmões e trutas arco-íris, ente outros, cultivados em viveiros. Peixes livres recebem a cor da astaxantina encontrada no krill e em outros crustáceos de que se alimentam. A astaxantina contida em lagostas vivas é complexada com proteínas chamadas carotenoproteínas que efetivamente passam uma cor marrom azulada a esses animais. Porém, quando as carotenoproteínas são desnaturadas em temperaturas elevadas associadas ao cozimento, a astaxantina é liberada, resultando na coloração vermelho-brilhante que associamos a um jantar com lagosta. Ao fornecer a coloração a tais animais marinhos, por conseguinte melhoram seu valor econômico (p.e., poucas pessoas considerariam apetitosa uma lagosta ou filé de salmão sem brilho). Alguns estudos recentes constataram efetivamente que a astaxantina também desempenha papel antioxidante e nutritivo na saúde marinha.
Toxicidade & Precauções
Até o momento, não foi relatado nenhum tipo de toxicidade associada à suplementação com astaxantina em estudos em animais ou seres humanos.
Funções no Corpo Humano: Antioxidante
Uma literatura significativa corrobora o uso da astaxantina como suplemento alimentar, incluindo estudos in vitro, estudos pré-clínicos e diversos estudos clínicos em seres humanos. Os dados sugerem consistentemente que a astaxantina pode ser uma ferramenta terapêutica efetiva no combate a diversos distúrbios e doenças, entre eles doenças cardiovasculares, de imunidade, inflamação e problemas de degeneração neurológica.
Tem sido reportado em estudos laboratoriais que a astaxantina é, geralmente, pelo menos 10 x mais potente como antioxidante que os outros carotenóides padrão como a cantaxantina, betacaroteno, luteína, licopeno, tunaxantina e zeaxantina.
Quando comparados com a vitamina E em estudos laboratoriais, o potencial antioxidante da astaxantina foi, aproximadamente, de 80 a 550 vezes maior.

Por Que Devemos Associar Prebióticos a Probióticos na Alimentação

O sistema digestivo humano possui em média trilhões de bactérias que habitam o trato intestinal e desempenham papel importante na saúde em nosso dia a dia. Cepas de bactérias benéficas, também conhecidas como probióticos (como Lactobacilos e Bifidobactérias), auxiliam o organismo a absorver nutrientes adicionais a partir dos alimentos e a proteger-se contra doenças por meio do fortalecimento do sistema imunológico. Os probióticos ajudam a alterar o equilíbrio das bactérias no cólon para efeitos mais benéficos. Apesar dos benefícios, existem desafios que os fabricantes precisam levar em consideração quanto à estabilidade da formulação em termos de calor, umidade e contaminação a partir de outros ingredientes. E essas considerações se estendem desde o desenvolvimento da formulação do produto até sua disponibilização na prateleira dos supermercados.
Dito isso, a inclusão dos prebióticos é importante para o impacto biológico e o sucesso da adição de probióticos nos alimentos. Os prebióticos são componentes alimentares não absorvíveis pelo intestino que podem alcançar o trato gastrintestinal inferior, funcionando como substratos para o crescimento das bactérias benéficas. Os prebióticos comuns usados para aumentar os efeitos dos probióticos incluem inulina, frutoligofrutossacarídeos e lactulose. Estudos com adultos saudáveis têm demonstrado que os prebióticos podem aumentar a absorção de cálcio e de magnésio. Estudos com bebês mostram que os prebióticos podem afetar positivamente o desenvolvimento imunológico pós-natal e aumentar as imunoglobulinas secretoras fecais. Estudos indicam que os prebióticos podem influenciar o apetite e o metabolismo dos lipídios ao modular a secreção dos peptídeos gastrintestinais. O amido resistente, que é o amido não digerido no intestino delgado, também possui propriedades prebióticas que podem auxiliar a promoção de microorganismos para produção de ácidos graxos de cadeia curta benéficos no cólon.
A combinação de probióticos com prebióticos é chamada de simbiose e, muitos pesquisadores acreditam que é o método ideal para promover a saúde intestinal a partir de cepas de bactérias como Lactobacilos e Bifidobactérias. Os prebióticos fornecem o alimento que os probióticos necessitam para sobreviver no sistema digestivo. Combinar os dois traz diversos benefícios, incluindo a formação de bactérias benéficas nos intestinos que podem ultrapassar em número os organismos patogênicos, evitando doenças como osteoporose (uma vez que probióticos auxiliam o trato digestivo a absorver mais cálcio e magnésio). Em alguns indivíduos, a associação pode ajudar a diminuir os níveis de triglicérides e colesterol, e também ser útil no combate às alergias alimentares por reforçar a função de barreira da parede intestinal, prevenindo potencialmente a absorção de alguns patógenos.
Fonte: Fortitech

Leite Longa Vida -UHT tecnologia

Leite Longa Vida é o leite tratado por um processo denominado Ultrapasteurização, UAT (Ultra Alta Temperatura) ou UHT (do inglês Ultra High Temperature).

O leite utilizado para a fabricação do Leite Longa Vida tem a mesma origem que o leite utilizado na fabricação do leite pasteurizado, em pó, iogurtes e outros. Entretanto, passa por rigorosas análises que assegurem sua qualidade.

O processo de ultrapasteurização é o aquecimento do leite à temperatura de aproximadamente 150ºC por um tempo muito curto, de cerca de quatro segundos, seguido por um rápido resfriamento. Tanto os agentes causadores de doenças, que possam estar presentes no leite, quanto os agentes não nocivos à saúde são eliminados. Esta é a principal diferença entre o leite longa vida e o leite pasteurizado. Esta é razão pela qual o leite longa vida, sem conter nenhum conservante, pode ser armazenado fora da geladeira, até que seja aberto.

Por não conter nenhum microorganismo e estando adequadamente protegido pela embalagem, o leite longa vida é totalmente seguro e saudável para o consumidor.

A embalagem de leite longa vida
Após a ultrapasteurização o leite longa vida é embalado em caixinha. Para garantir que o leite não seja contaminado pelos microorganismos presentes no meio ambiente, ele é empacotado em uma embalagem especial, que o mantém seguro.

A caixinha Tetra Brik do Leite Longa Vida possui seis camadas protetoras de diferentes materiais. Começando de dentro para fora temos: duas camadas de plástico, que protegem o leite e evitam o seu contato com as demais camadas da embalagem. Em seguida, vem uma camada de alumínio, que evita a passagem de oxigênio, luz e a contaminação proveniente do meio externo. A quarta camada também é de plástico, seguida pela quinta camada, constituída pelo papel, que dá resistência à embalagem e permite a impressão de todas as informações sobre o produto. Finalmente, a última camada é constituída pelo plástico, que protege as demais camadas, e completa a barreira que protege o leite do meio ambiente.

O consumidor deve evitar as embalagens amassadas. O rompimento das camadas protetoras que constituem a embalagem pode permitir a contaminação do leite. Compre somente o leite cuja embalagem estiver em perfeitas condições.

O leite longa vida e a geladeira
O leite longa vida não precisa ser armazenado na geladeira antes de aberto. O tratamento pelo qual o leite passou na indústria elimina todos os microorganismos que poderiam estragar o leite. Além disso, a embalagem longa vida constitui uma perfeita barreira contra a entrada de agentes que prejudiquem a qualidade do leite, tanto os microorganismos, quanto a luz, o ar etc…

Depois de aberto, o leite da caixinha entra em contato com o meio ambiente, e pode sofrer contaminação e estragar rapidamente. Portanto, o leite longa vida depois de aberto deve ser armazenado na geladeira. A baixa temperatura da geladeira conserva o leite por mais tempo depois de aberto, pois reduz a atividade dos microrganismos.

Leite longa vida e a fervura
O leite longa vida não precisa ser fervido antes de ser consumido, pois o aquecimento em alta temperatura por curto tempo, pelo qual passou na indústria antes de chegar ao consumidor, já garante total segurança do produto.


Fonte: Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal / Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia USP

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

PepsiCo iniciará campanha para recolher lotes de Toddynho

Campanha de recall envolve cerca de 80 unidades do produto no RS.
Há cerca de 30 notificações de pessoas que tiveram problemas de saúde


A empresa PepsiCo do Brasil protocolou campanha de recall para recolhimento do produto "Toddynho Original 200ml", dos lotes L4 32 05:30 a L4 32 06:30, com validade até 19/02/2012, informou nesta quinta-feira (6) o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça.
Em nota, o Ministério destaca que a empresa trocará a bebida achocolatada por similar ou restituirá valores pagos. No Rio Grande do Sul, há cerca de 30 notificações de pessoas que tiveram problemas como irritações e lesões da mucosa bucal depois de beberem o achocolatado.
O DPDC havia enviado notificação à empresa na semana passada, solicitando que fossem apresentados esclarecimentos sobre o produto. Há informações de que a bebida causaria risco de queimadura na boca dos consumidores. A nota informa que a campanha de recall envolve cerca de 80 unidades do produto, postas no mercado de consumo do Rio Grande do Sul.
Na nota, o DPDC destaca que a empresa informou ter identificado "um possível acidente em seu processo produtivo, o que, segundo seus registros, de fato, afetou parte de um lote correspondente a aproximadamente 80 (oitenta) unidades, nas quais embalagens do produto Toddynho Original de 200ml foram produzidas com líquido impróprio para o consumo, ao invés de seu conteúdo normal, não tendo havido contaminação do produto remanescente".



FONTE:
http://g1.globo.com

A carne que comemos (parte V)



 Curso d‘água recebe esgotos não tratados gerando risco decontaminação, em Bonito.. Imagem: TERESA MAIA / D. A PRESS


A lógica da insalubridade

Apesar de o conceito de sustentabilidade ambiental estar no centro das discussões no mundo dos negócios, nos matadouros de Pernambuco essa ideia está completamente distante da realidade. Com um orçamento apertado ou sem estrutura física que comporte uma área de tratamento dos efluentes (resíduos líquidos e sólidos), como por exemplo, uma lagoa de estabilização, muitas prefeituras do interior pernambucano seguem lançando os dejetos do abate bovino no meio ambiente. Tal prática provoca, entre outros danos, desgaste ecológico, comprometimento dos recursos hídricos e disseminação de doenças.

Para o coordenador do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), André Silvani, os prejuízos ambientais decorrentes da atividade irregular dos abatedouros são "um problema generalizado" e, por isso, difícil de enfrentar. "Sabemos que há questões políticas por trás disso porque, mesmo sem condições de manter uma unidade de abate, os prefeitos não abrem mão de ter uma na sua cidade. São avessos a mudança e, por interesses pequenos, passam por cima da saúde pública e do meio ambiente", afirmou Silvani.

Segundo ele, o procedimento correto sempre exigirá investimentos, mas é preciso estabelecer parcerias com o governo e com a iniciativa privada para viabilizar o tratamento dos resíduos, beneficiando o meio ambiente e a população. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, das sete cidades visitadas pelo Diario, apenas nos abatedouros de Paulista (que é arrendado) e de Paudalho (de responsabilidade estadual) os resíduos são tratados. Nos demais são jogados a céu aberto.

O perigo se torna ainda maior quando cursos d′água recebem cargas desse esgoto não tratado. A população consumidora dessas águas ficam vulneráveis a doenças como amebíase, hepatite infecciosa, diarreia e desinteria, esquistossomose, cólera e febre tifoide. O capítulo 18 da Agenda 21, plano mundial de metas ambientais, estima que um terço das mortes em países em desenvolvimento é causada pelo consumo de água contaminada.

Diferente do que se vê nos municípios do interior do estado, em Paulista, a estação de tratamento possui caldeira, graxaria, digestores, esterqueiras, caixa de gordura, tanque de decantação e retenção final e lagoa de estabilização. "Todo sistema é monitorado pela CPRH (Agência Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos), graças a um acordo feito com o Ministério Público de Pernambuco", explicou Maria do Socorro Lisboa, proprietária do abatedouro de Paulista.
Vivenciando uma realidade distinta de outros administradores, Maria do Socorro afirma que seu abatedouro tem dado lucro, mas reclama que sem ajuda dos governos municipal e estadual o custo para a manutenção é alto. Ela também afirma que é possível ganhar dinheiro com o que antes era desperdiçado. "O sebo que é retido nos digestores é vendido, a parte sólida também vira ração animal. Os chifres e os cascos vão para Natal (RN), onde são usados em laboratórios e como artesanato. Nada se perde e isso se torna vantagem para nós".

Continua...
DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

A carne que comemos (parte IV)

Um problema sem solução

Sobre o fato de que 83% dos matadouros de Pernambuco não possuem condições mínimas de funcionamento não há controvérsias, mas as soluções para o problema estão longe do consenso. A iniciativa de interdição esbarra no receio de que a região seja abastecida por carnes clandestinas. Com isso, as inspeções e laudos realizados pela Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro), muitas vezes requisitados pelo Ministério Público do estado (MPPE), terminam mais sendo motivo de constrangimento para os administradores e as prefeituras do que forçam os gestores a realizarem as adequações requisitadas.

No matadouro de Arcoverde, por exemplo, o fiscal da Adagro Evandro Cavalcanti, que acompanhou a reportagem, precisou lembrar sua função para que seu acesso fosse liberado. Já a entrada da equipe de reportagem precisou ser autorizada pelo secretário municipal interino de Agricultura, Renato Campos. O fato de não ter havido mudanças significativas no matadouro de 8 de fevereiro de 2007, data do último laudo realizado pela agência, até o dia da visita do Diario, 16 de setembro deste ano, explica um pouco a “receptividade” dos seguranças.

“Esse matadouro é totalmente fora do padrão”, reconheceu o secretário Renato Campos. Segundo ele, a promessa de construir um novo espaço em seis meses partiu do secretário de Agricultura do estado, Ranilson Ramos. O detalhe é que desde 2007 o projeto vem sendo aguardado. “Tendo em vista a construção de um novo matadouro, não sugerimos o fechamento, mas adequações. O simples fechamento acarretaria a indução da matança clandestina...”, diz a conclusão do laudo.

A coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Consumidor (Caop Consumidor, do MPPE), Liliane Fonseca, não acha que a interdição induz necessariamente ao abate clandestino. “É melhor interditar e acelerar o programa de regionalização dos abatedouros do que colocar em risco a saúde da população. O MPPE recomenda, mas quem tem poder de polícia é a Adagro, portanto, é esse órgão que precisa agir com mais veemência”.

Continua...
 DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

A carne que comemos (parte III)

Processo errado, contaminação certa

Municípios que não possuem veterinários carimbam as carnes com o selo de inspeção legalizando o que é ilegal.
 Imagem: Teresa Maia/DP/D.A Press


“Para que um matadouro funcione é preciso que ele seja sustentado por três pontos: consumidor, higiene e inspeção sanitária.” A frase é de Paulo Foerster, médico veterinário e membro da comissão de inspeção e tecnologia da carne, parceira do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). O que se vê na prática, no entanto, é que a higiene passa longe da imensa maioria dos matadouros do interior do estado e que a inspeção sanitária só existe no papel.

É difícil conceber a ideia de que a falta de abastecimento d’ água não seja um impedimento à realização dos abates bovinos em muitos municípios pernambucanos. Cada boi abatido jorra em média 9 litros de sangue que se espalham na sala da matança, já que muitos matadouros não possuem as canaletas de sangria para captação. Pior, a inexistência da área de vômito e a exposição do conteúdo intestinal dos animais, sem a água para fazer a limpeza, tornam o ambiente impróprio para qualquer tipo de atividade, principalmente a alimentar.

De acordo com a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro), são exigidos de 600 a 6 mil litros de água por cabeça de boi. Para compensar a falta e não deixar a matança parar, algumas prefeituras compram caminhões pipa, outras improvisam guardando água em reservatórios de PVC, galões reaproveitados de tinta e baldes. Esse cenário foi visto em cinco das sete cidades que o Diario visitou: Limoeiro, Nazaré da Mata, Bonito, Arcoverde e Pesqueira. Nesta última, ao encontrar blocos de fungos na água armazenada, ouvimos de um funcionário, na tentativa de tranquilizar os visitantes, que a água não era usada para lavar as carnes, “só o ambiente”.

Em quase todo o estado, o instrumento do abate utilizado é a marreta, descumprindo a instrução normativa nº3/2000 do Ministério de Agricultura que proíbe “qualquer ato ou uso de instrumentos agressivos a integridade físicados animais”. Para o abate humanitário, é exigido o uso da pistola pneumática que deixa o boi inconsciente permitindo que seja abatido sem a sensação dedor. No entanto, como o custo da pistola é considerado alto (de R$ 3 a 5 mil) apenas os abatedouros de Paudalho, Paulista e São Lourenço da Mata possuem. Nazaré da Mata fez a compra da pistola e da vestimenta adequada para os funcionários recentemente, depois que a reportagem visitou o local.

A ausência de veterinários nos dias de matança, em algumas cidades, também contribui com o aumento das irregularidades nos abatedouros. A presença desses profissionais é imprescindível, já que são responsáveis pela inspeção ante-mortem e post-mortem, ou seja, quando o animal chega aos currais e após o abate. “Os municípios que não possuem veterinários e botam nas carnes o carimbo de inspeção estão dando legalidade ao que é ilegal. Desconheço legislação municipal que trate da inspeção no abate, por isso a situação está desse jeito”, comentou Foerster, que há 10 anos realiza um levantamento sobre matadouros.

Continua...

DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A carne que comemos (parte II)

PASSO A PASSO DO ABATE CORRETO- como deveria ser o processamento de carnes bovinas
  1. Os animais devem possuir o GTA (Guia de Trânsito Animal), licença e atestado sanitário. Ao desembarcar nos currais, os animais devem ,por 24h, entrar em dieta hídrica, jejum e descanço.
  2. O médico veterinário deve fazer a inspeção dos animais para liberá-los ou não para o abate. Todos os funcionários devem estar com fardamento adequado;
  3. Os animais em condições devem ser encaminhados aos currais de matança, em seguida, recebem um banho de aspersão para relachamento e limpeza;
  4. um por um, os animais devem ser encaminhados para o boxe de atordoamento. Ideal para o abate humanitário, a pistola pneumática, que deixa o animal inconsciente;
  5. Para cada animal abatido são necessários de 600 a 6000 litros de água. O animal deve ser suspenso para que todo o processo de sangria e esfola seja realizado sem contato com o chão;
  6. O médico veterinário realiza a inspeção das vísceras (pót-mortem) para liberar ou não a carne para a comercializção. As carcaças de carne boas para o consumo devem conter o carimbo de inspeção;
  7. A carne deve ser conservada na câmara fria até que o transporte seja feito por meio de caminhões-baús refrigerados;
  8. Nos mercados as carnes não podem ficar em temperatura ambiente, nem expostas para manuseio das pessoas, para evitar contaminação.

domingo, 2 de outubro de 2011

Naturalmente descafeinado

Agrônomos de Campinas testam planta com teor de cafeína 10 vezes mais baixo que o do café consumido habitualmente. A ideia: investigar se o café naturalmente descafeinado pode ser introduzido nas lavouras e render boas safras.       

Os amantes do bom cafezinho que têm problemas com a ingestão de cafeína poderão em breve experimentar uma versão da bebida naturalmente descafeinada. Pelo menos é o que esperam os pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), que estão realizando testes com uma planta cujo teor da substância é de apenas 0,07% — 10 vezes menos que o café consumido habitualmente.
“A característica diferenciada da planta que usamos nas pesquisas é resultado de uma mutação natural”
O cafeeiro é um exemplar da espécie Coffea arabica, que normalmente possui cafeína em sua composição e é a mais consumida no mundo. “A característica diferenciada da planta que usamos nas pesquisas é resultado de uma mutação natural”, explica a engenheira agrônoma Maria Bernadete Silvarolla, do IAC.
Para os pesquisadores, o cafeeiro é um verdadeiro tesouro. Trazido da Etiópia para o Brasil, através da Costa Rica, na década de 1970, ele foi descoberto em meio a 2.500 mudas preservadas em um banco genético, após muita dedicação e paciência da equipe.
O objetivo dos testes é verificar se este café naturalmente descafeinado pode ser introduzido nas lavouras e render boas safras. Segundo Silvarolla, a mutação que reduziu a concentração de cafeína na planta também reduz sua produtividade, o que a diferencia das cultivares melhoradas de Coffea arabica, que são altamente produtivas. Por isso, os pesquisadores do IAC estão trabalhando no melhoramento genético do cafeeiro, a fim de viabilizar a produção em larga escala.
Por meio da hibridização, a equipe espera reunir em uma só planta duas características: baixo teor de cafeína e alta produtividade. A técnica consiste em fazer cruzamentos dirigidos manualmente, visando à transferência dos genes do café descafeinado para sementes de uma cultivar modelo de Coffea arabica.
O café descafeinado encontrado hoje nos supermercados é produzido industrialmente
Os pesquisadores já obtiveram a segunda geração desse vegetal híbrido e agora realizam mais testes. “Esta etapa é importante para que nós possamos verificar quais genes estão governando as características da planta, além de corrigir defeitos e analisar necessidades de plantio, como adubação e espaçamento entre as plantas”, conta Silvarolla.
O café descafeinado encontrado hoje nos supermercados é produzido industrialmente. O método mais utilizado é à base de um solvente químico — geralmente o diclorometano —, que é passado nos grãos para extrair o estimulante.

De olho no exterior

A engenheira agrônoma acredita que a produção de café naturalmente descafeinado no Brasil pode ajudar a incrementar as exportações do país, maior produtor e exportador mundial do produto.
“Nossa meta é proporcionar às pessoas mais uma alternativa”
Por aqui, apenas 1% da bebida consumida é sem cafeína, mais procurada por aqueles que apresentam dores de cabeça ou agitação ao ingerirem a substância. Já no exterior, o café descafeinado é o preferido de aproximadamente 10% dos consumidores.
“Nossa meta é proporcionar às pessoas mais uma alternativa”, ressalta a pesquisadora do IAC. Quanto às propriedades da bebida, ela garante que o descafeinado não fica devendo nada ao café comum.
“O fato do cafeeiro encontrado também pertencer à espécie Coffea arabica, que é o tipo mais saboroso e aromático de café, nos dá ainda mais esperanças de que poderemos obter bons resultados nos testes”, sublinha Silvarolla.

Ciência Hoje/RJ

Transgênico 100% nacional

Feijão geneticamente modificado desenvolvido pela Embrapa é liberado para uso comercial no Brasil. Planta resistente ao vírus do mosaico dourado deve chegar ao mercado até 2014.       

Ainda que sem unanimidade, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou, na semana passada, a produção comercial do primeiro organismo geneticamente modificado desenvolvido totalmente no Brasil – uma variedade de feijão-carioquinha resistente ao vírus do mosaico dourado.
O produto saiu dos laboratórios da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e deve ser disponibilizado no mercado para agricultores até 2014, segundo previsão dos pesquisadores responsáveis pelo estudo. Depois de liberada comercialmente, a nova variedade de feijão precisa passar por testes para ser registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O mosaico dourado atinge plantações de feijão em quase todo o país, gerando perdas de 80 a 280 mil toneladas do grão anualmente
O mosaico dourado é uma doença que atinge plantações de feijão em quase todo o país, gerando perdas de 80 a 280 mil toneladas do grão anualmente. Segundo estimativa da Embrapa Arroz e Feijão, o volume perdido por conta da doença seria suficiente para alimentar de 5 a 10 milhões de pessoas. No Brasil, apenas o Rio Grande do Sul está livre da praga, já que a mosca-branca, transmissora do vírus, não se adapta bem às condições climáticas do estado.
Para tornar o feijão imune ao vírus, os pesquisadores utilizaram um mecanismo conhecido como RNA interferente. “Uma estratégia que a natureza já usa”, explica o engenheiro agrônomo Francisco Aragão, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, que coordenou a pesquisa juntamente com o agrônomo Josias Faria, da Embrapa Arroz e Feijão.
RNAs interferentes inibem a ação de genes específicos. “Qualquer planta tem RNAs interferentes que a tornam resistente a 99,9% dos vírus”, explica Aragão. “Mas isso não a impede de ser suscetível a dois ou três agentes infecciosos.” O que os pesquisadores fizeram foi mimetizar o funcionamento de um RNA interferente de modo a tornar o feijão resistente especificamente ao vírus do mosaico dourado.
Como não tem qualquer proteína diferente do feijão tradicional, o transgênico da Embrapa não apresenta, segundo os pesquisadores, risco de alergenicidade e toxicidade. O RNA interferente utilizado, aliás, já é encontrado no feijão, porém ele só aparece depois que o feijoeiro já está contaminado, como mecanismo de defesa.
A busca por uma forma de tornar a leguminosa resistente à doença se estendia por mais de 30 anos em todo o mundo. Na Embrapa, os estudos que culminaram na semente transgênica aprovada na semana passada começaram há cerca de uma década.
Plantação de feijão transgênico
Plantação de feijão transgênico cultivada pela Embrapa Arroz e Feijão, em Goiânia (GO). Entrada do produto no mercado deve impulsionar a produção da leguminosa no Brasil. (foto: Francisco Aragão/ Embrapa)

Aprovação

A liberação comercial do feijão transgênico não foi unanimidade entre os membros da CTNBio. O produto foi aprovado com 15 votos favoráveis contra cinco pedidos de mais informações e duas abstenções.
O representante do Ministério da Saúde na comissão, por exemplo, afirmou que, com os dados disponíveis, não será possível monitorar da maneira adequada os eventuais efeitos adversos da nova semente quando consumida em grande escala. A legislação brasileira exige que todo produto transgênico fique sob vigilância por cinco anos após a entrada no mercado.
“Há realmente uma dificuldade de monitorar os efeitos do feijão na saúde humana, mas isso porque ninguém come apenas feijão em uma refeição, e uma eventual reação adversa poderia ser atribuída a qualquer alimento consumido”, defende Aragão.
Entre os testes por que a semente passou antes de ser aprovada estão avaliações de segurança para o meio ambiente e para o consumo humano. “Começamos com a caracterização molecular, fizemos cruzamentos com outros tipos de feijão, testamos a interação entre a nova variedade e populações de microrganismos presentes no solo brasileiro”, explica o pesquisador. O grão foi usado ainda na alimentação de mamíferos e não foi observada qualquer reação adversa.

Impacto social

A entrada do feijão geneticamente modificado da Embrapa no mercado deve impulsionar a produção da leguminosa no Brasil. Como a tecnologia utilizada foi desenvolvida totalmente por uma empresa pública brasileira, os agricultores interessados não precisarão pagar qualquer tipo de royalty.
“As sementes deverão ter o mesmo preço das do feijão tradicional”, diz Aragão. Como o feijoeiro está livre do risco de contaminação, medidas contra a mosca-branca, como o uso de inseticidas, poderão ser dispensadas. De acordo com o engenheiro, a mesma modificação feita no feijão-carioquinha pode ser replicada em outros grupos, como o do feijão-preto.
A CTNBio já liberou comercialmente mais de 30 plantas geneticamente modificadas
A CTNBio já liberou comercialmente mais de 30 plantas geneticamente modificadas. O feijão resistente ao vírus do mosaico dourado é o segundo desenvolvido nos laboratórios da Embrapa e é o primeiro que utiliza tecnologia 100% nacional. A instituição já teve aprovada, em 2010, uma variedade de soja tolerante a herbicidas, obtida em parceria com a empresa alemã Basf.
Segundo a Embrapa, o Brasil ocupa o primeiro lugar na produção mundial de feijão, mas a demanda interna ainda não é totalmente suprida, principalmente por conta das perdas causadas por pragas. Cerca de 80% da área plantada está em pequenas propriedades, de menos de 100 hectares.

Ciência Hoje On-line

sábado, 1 de outubro de 2011

A carne que comemos (parte I)

Antes que a carne chegue ao nosso prato, ela passa por três processos: o abate, o transporte e a comercialização. O Diario de Pernambuco percorreu o estado e se deparou com cenas impressionantes de preceriedade e falta de higiene nos matadouros. Carne cortada no chão, manipulada com água suja não tratada, colocada em superfícies inferrujadas, misturada com os dejetos do animal e sendo devorada por cachorros e urubus.A pesquisa foi feita em 156 estabelecimentos, dos quais 83% se mostraram sem condições mínimas de operação, 70%não tratam a água, apenas 34% realizam abate aéreo como exige a legislação, 67% não possuem pessoal qualificado, embora 77% destes matadouros tenham inspeção sanitária.
A Diretora da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro), tem acompanhado a situação dos matadouros do estado. Os fiscais de defesa agropecuária realizou inspeções do ano de 2010 a agosto de 2011, emitiu 62 laudos de vistoria, foram sugeridas 26 interdições, mas na prática elas nem sempre acontecem. O matadouro de nazaré da Mata é um desses que deveria estar fechado (laudo emitido no dia 29 de abril deste ano), no entanto, continua fucionando.
Continua....

Fonte: Diario de Pernambuco